Um pouco de um Eduardo.

segunda-feira, junho 08, 2009

O dia que tentaram viver

Foi no dia que eles tentaram viver
Deu-se a verdadeira morte do artista
O João Pestana das palavras
A morte dos ditos e chamados poetas
Amortalhados nas suas palavras de presságio

Foi o pranto dos seres que lêem a palavra vida
Por ali perdidas as mesmas palavras se lamentam
Pelos sentimentos que perderam o pai e a mãe

A tristeza, seca as lágrimas numas folhas ausentes de escrita
A alegria, procura onde está quem a trouxe ao mundo
Os outros filhos abraçam a mesma vontade dos irmãos
Todos pensam se ficaram órfãos da sua própria existência

Ali jaz uma condição que nunca será ela uma verdade
Numa morte anunciada durante o festejo desta vida
Poeta, homem e mulher, feitos de sonho e razão infinita.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Existo

Um dia fiquei sozinho no meio do mar
Dei conta que estava nos braços da mãe natureza
Que como o mar se estendia por cima de mim um céu

O azul tão dominador que nos rodeia e nos protege
Mais do que uns dos outros de nós próprios
Recordando-nos de quem realmente somos

O respeito de nos chamarmos homem e mulher
Seres de aspecto divino e de ignorância vivida
Aqui estou eu nome igual entre os largos biliões

Abraçado neste todo cujo nome pisado pelos meus pés
Agarrado sem tacto nas minhas mãos sem forma de tocar

Ao menos fosse alguém explicar pelo meio o como de respirar
Sermos nós biliões de partículas de oxigénio que vive solto

Dizer que no meio do céu e do mar existe uma multidão só
Capaz de dizer que é alimento daquilo que diz ser vida