Um pouco de um Eduardo.

segunda-feira, agosto 06, 2012

Os que chão aquele que eu sou

Cometi e espero cometer ainda muitos erros na vida.Ha gente que não gosta de mim.Mas eu não consigo deixar de ser assim, ser sempre igual a mim. Sonho imenso e isso não é bom, porque a real felicidade é o chão que tenho debaixo dos meus pés, e do chão que é, sinto-me pecaminoso pelo pisar, por ele ser parte de mim e partilharmos o verbo “pisar”com a mesma humildade. Com ele aprendi a caminhar, com os meses e depois vieram os anos, primeiro criança, depois homem, mas nunca deixei de querer ser o primeiro ,sim esse ser criança. Não tenho memoria de ter sentido o primeiro toque do chão nos meus pés, mas até me recordo, porque, dá-me uma enorme vontade de rir e sorrir, do apoio que ele me dá de assumir uma posição de verticalidade.Esse ritual de vida que trouxe na bagagem do carácter, na viagem de criança para homem. Só peço desculpa ao chão, pelos pares de sapatos, com que o magoo. Mas sei que ele compreende, que são os sapatos e as suas sapatadas, que me fazem ganhar o calo, e também sabe o quanto gosto de andar descalço, mas sabiamente assim tem de ser, por sapatos e a sujidade que encontramos no nosso caminho, possa magoar mais do que os meus pés, a nossa relação. E quando ele hoje, me fez companhia até casa, disse-lhe sorrindo, “És sempre um amigo, que me acompanhas aos lugares da vida e comigo ficas sempre até ao dia de amanhã”.Ao que ele me responde, “O que faço contigo, faço com outros, e o que hoje me dizes, sei que conto contigo para senti-lo em mim no dia de amanhã, durante esta nossa caminhada”. Cheguei ainda sem um fim e retirei os pés do chão, mas não esqueci a nossa amizade. Apenas tive de atender a necessidade de um e outro, e poder sonhar para conseguir ter realmente sempre a felicidade, dos pés bem assentes no chão.