Um pouco de um Eduardo.

sábado, setembro 29, 2007

Hora marcada

Já me ouviste falar da noite
Daquelas horas magicas
Em que vou ao teu encontro
Sei que lá por alguma razão estás
Pergunto-me se esse será o nosso tempo
Que me prometes em palavras gastas
Mas são elas o nosso leito de amor pobre
Nele tenho vivido em rezas de desejos eternos
Mais do que cruzarmo-nos nos olhares alheios
Podermos ter aquele prémio de sermos vida
Porque não esqueci, e vejo-me em ti remar
Nesta agua que bebo, nos teus passos solitários
E eu estou ali e tu por ali estás naquela espera
Em que sigo-te naquele piso de formas diferentes
Que nos aproxima por uma vontade tão igual
Somos os dois que vamos ao encontro de cada qual
Naquelas horas mágicas sobre o signo da nossa noite

domingo, setembro 02, 2007

Vita et Vita

Imponente violenta e valente vontade se ergue o mundo
Em tal espectro de pasmado estou eu debaixo dos seus olhos
Viajo eu no seu sopro do infinito pujante oriundo
Nos seus sapatos de caminhos trilhados e saia de mil folhos

Marca em mim aquelas imagens do povo das estrelas
Da raça do deus sol e do leite da mãe lua
Entoa na alma as cores que a natureza anseia em vê-las
Nas mãos do meu passo decorado na rua

E este o seu desejo de ver um filho partir em si
Em tamanha ambição corajosa e desgarrada
Vê–lo abraçar a verdade que para todos está ali
De nos seus braços na felicidade dele se veja amada

sábado, setembro 01, 2007

Dorme

Dorme, dorme
O mundo comeu a fome!
Dorme, dorme
Partiu-se o último soldadinho de guerra!
Dorme, dorme
A criança tem um saco cheio de sorrisos!
Dorme, dorme
A inveja foi presa por excesso de velocidade!
Dorme, dorme
A doença é a força de estar vivo!
Dorme, dorme
Os gritos são as vozes do riso!
Dorme, dorme
O amor pediu boleia ao coração!
Dorme, dorme
Porque o homem já não é o papão!

Dorme, dorme.

história

Cruzei-me aqui com uma história de um entretanto
Reparei naquele alpendre e convidei-me por lá me sentar
Procurei no bolso esquerdo caneta e um pouco de papel ou tanto
Em palavras desenhei os teus contornos e cantigas de embalar

Como aquele saudosista que se ergue nos rochedos sobre o mar
Tentei recordar-te tal como pátria distante e coração desfraldado
Quando um dia foste o meu primeiro mundo e canto resguardado
Caminhei eu em ti caravela dos afortunados e sorrisos de encantar

Lancei-me então naquela velha vontade de rasgar ao longe o céu
Passou o dia, passou a noite e mais toda aquela coisa sem nome
E foram tantas aquelas que de si contaram sem deixar cair o véu
Mistérios, hemisférios, e aquele toque que ao longe quase se some

Vamos então começar do principio de mãos dadas com a infância
Era uma vez tu e eu e aquele saco de magia de A E I O U
De onde tiravas aquelas letras de uma ansiada ignorância
Estando eu ali sentado a espera de me contarem alguém como tu