Um pouco de um Eduardo.

segunda-feira, março 14, 2005

Cruzes canhoto, que o vento vai torto!

Cruzes canhoto, que o vento vai torto!
Nem chuva ou geada
Cala aquele velho naquela encruzilhada
Só lamúrias do frio de Dezembro
Agasalha as palavras e puxa mais vento

Cruzes canhoto que o vento vai torto!
Lá continua ele de pálpebras pesadas
Enregelando os ouvidos
Estalando os sentidos
De quem calcorreia a calçada

Cruzes canhoto que o vento vai torto!
Apregoa as tremuras
De uma manhã desaguisada
Que lhe come as palavras
Numa neblina cerrada

Cruzes canhoto que o vento vai torto!
Praguejar com o tempo
Com as intempéries da vida
Velho chato cheio de genica
Ele não se cala, mais grita!

Cruzes canhoto que o vento vai torto!
Raio do velho ali presente
Suspeito de aspecto confiante
Tenho quase a certeza
Que ele me viu resmungar aqui antes

Cruzes canhoto, que o vento vai torto!

Sem comentários: