É Natal.
Tanta alegria no mundo
Que só apetece cortar os pulsos!
O direito..
Por cada bomba que rebenta
Deixando sem casa uma família de doze
Que se procuram em tamanha aflição
Desejando neste Natal
Continuarem a ser os mesmos doze
Unidos, mesmo sem um telhado
Que lhes permite ver o céu
E a estrela da boa nova
Aquela da historia de um messias
Que foi visitado por três
E agora nem olha para estes doze
É Natal
Tanta alegria no mundo
Que só apetece cortar os pulsos!
Agora o esquerdo…
Quando olho para o meu prato
Cheio de comida.
E enjoa-me saber que ali ao lado
Esta a minha mesa de miséria Franciscana
Comparada aos que deixam apodrecer alimentos
E falam de boca cheia.
Arriscando-se a ter um enfarte da alma
Isto se verem uma criança de oito anos
Receber algo mais precioso que ouro, incenso e mirra
Um simples saco de farinha.
Que pelo facto de ser um
Partilha-o com a sua mãe sozinha
Que amamenta o seu irmão mais novo
O mais recente familiar de doze.
É Natal
Tanta alegria no mundo
Por favor! Não cortes os pulsos!
Porque neles corre o sangue
Que dão vida ás tuas mãos
Capazes de fazer em cada dia do ano
Para todo o mundo.
Um verdadeiro Natal.
Um pouco de um Eduardo.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
terça-feira, novembro 11, 2008
De Manhã amanhã
E dia diz-me esta manhã triste e pouco desperta
São as mãos da existência que me puxam as pernas
Fazendo-me sentir o soalho que há anos me faz ficar velho
Dele começa a vida que te faz deixar a cama despida
Começo eu abre a torneira, fecha a torneira.
Mal consigo comer do prato, lavar o prato
Para, arranca no ainda e cedo que no relógio já se faz tarde
Somo filas intermináveis de condenados aos soluços do dia
Ninguém sabe quem é o primeiro ou o ultimo desta lei
Apenas temos que chegar uns aqui outros mais além
Porque no dia temos que sempre voltar a clausura
De uma manhã que se aproxima com ordem de soltura
São as mãos da existência que me puxam as pernas
Fazendo-me sentir o soalho que há anos me faz ficar velho
Dele começa a vida que te faz deixar a cama despida
Começo eu abre a torneira, fecha a torneira.
Mal consigo comer do prato, lavar o prato
Para, arranca no ainda e cedo que no relógio já se faz tarde
Somo filas intermináveis de condenados aos soluços do dia
Ninguém sabe quem é o primeiro ou o ultimo desta lei
Apenas temos que chegar uns aqui outros mais além
Porque no dia temos que sempre voltar a clausura
De uma manhã que se aproxima com ordem de soltura
quinta-feira, agosto 14, 2008
Em tempos de mar e amar
Que tempos se vivem por aqui à volta
Em épocas daquele calor intenso e bravio
Arriscam-se vidas a marear numa casca de noz
Porque é certo para nós que não queremos um navio
Por isso se fazemos ao mar que na nossa fuga é frio
Nele vamos remar e remar até onde a agua parar
Onde nele está vida com nome e ausência de vazio
Em ti chamo amar e mais mar de vezes sem fio
Haveremos de voltar do mundo onde vive o mar
Em tempos de promessas de sempre lá voltar
Dele trazemos vida dada ao calor intenso e bravio
Faz lembrar o mar e o amar sempre que para ti sorrio
Em épocas daquele calor intenso e bravio
Arriscam-se vidas a marear numa casca de noz
Porque é certo para nós que não queremos um navio
Por isso se fazemos ao mar que na nossa fuga é frio
Nele vamos remar e remar até onde a agua parar
Onde nele está vida com nome e ausência de vazio
Em ti chamo amar e mais mar de vezes sem fio
Haveremos de voltar do mundo onde vive o mar
Em tempos de promessas de sempre lá voltar
Dele trazemos vida dada ao calor intenso e bravio
Faz lembrar o mar e o amar sempre que para ti sorrio
sábado, junho 07, 2008
Só por hoje….
Só por hoje sentei-me na vida de uma estrela
Elevei-me aos céus em sinal de perdão colo de mãe
De em tempos estremunhados e choros inquietos
Ter sido um dos anjos caídos pelas vozes dos insurrectos
Perguntei ao tímido brilho que diminui a cada verbo meu
Se toda a sua vida se entranha nas minhas palavras sem lei
Arrasto essa sua cor de luz pelos caminhos da minha mão
Como nómada celeste que viaja em astros sem constelação
Só por hoje tenho o gosto de sentar na vida de uma estrela
Onde fui convidado a morar num céu sem porta ou fechadura
Nem estranho sicrano ou beltrano viu que o brilho se perdeu
Porque no céu ao lado há uma estrela que em si o tempo dura
Elevei-me aos céus em sinal de perdão colo de mãe
De em tempos estremunhados e choros inquietos
Ter sido um dos anjos caídos pelas vozes dos insurrectos
Perguntei ao tímido brilho que diminui a cada verbo meu
Se toda a sua vida se entranha nas minhas palavras sem lei
Arrasto essa sua cor de luz pelos caminhos da minha mão
Como nómada celeste que viaja em astros sem constelação
Só por hoje tenho o gosto de sentar na vida de uma estrela
Onde fui convidado a morar num céu sem porta ou fechadura
Nem estranho sicrano ou beltrano viu que o brilho se perdeu
Porque no céu ao lado há uma estrela que em si o tempo dura
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Banco de Jardim
São as horas em que os minutos se atrasam
Aquele tempo em que eu passo por mim
Vejo-me a olhar aquele banco de jardim
Onde me vejo velho e não vejo fim
Jardim que nunca brinquei junto a escola
Nunca fui neto de tanto me chamarem pai
Esse jardim foi terra que semeou o meu pão
Com meia sardinha que não conheci o seu mar
Hoje neste sitio só já moro eu e a saudade
Tudo acontece depressa demais e por si passa
Aquilo que eram jornais já não é novidade
São imagens e vozes com uma estranha graça
São as horas em que os minutos se atrasam
Novamente falo do tempo que fica cansado
Desta gente que sem dar conta por si passam
Neste banco de jardim...Eu…Sorrindo e sentado
Aquele tempo em que eu passo por mim
Vejo-me a olhar aquele banco de jardim
Onde me vejo velho e não vejo fim
Jardim que nunca brinquei junto a escola
Nunca fui neto de tanto me chamarem pai
Esse jardim foi terra que semeou o meu pão
Com meia sardinha que não conheci o seu mar
Hoje neste sitio só já moro eu e a saudade
Tudo acontece depressa demais e por si passa
Aquilo que eram jornais já não é novidade
São imagens e vozes com uma estranha graça
São as horas em que os minutos se atrasam
Novamente falo do tempo que fica cansado
Desta gente que sem dar conta por si passam
Neste banco de jardim...Eu…Sorrindo e sentado
segunda-feira, janeiro 14, 2008
No caminho de mais um cigarro
Estrada de assombrações que te cobrem terra maldita
São estes os caminhos que ligam um povo que corre
Neles rodam o teu cheiro em piso de sorte desdita
Mais a frente a tua sombra se cobre em escura brita
Levas na mão, cigarro sujo como esse alcatrão
Esse que pisas mas quem em ti vive no pulmão
Não te inquietas por na vida procurares a morte
Porque mesmo com este sinais não procuras a razão
Deixa-me ao menos a mim voar nas asas do infinito
Na passagem deste caminho onde em agonia soltas um grito
São assombrações que se esfumam nos teus dedos encardidos
As quais com o meu sopro afasto tirando-te de um mundo maldito
São estes os caminhos que ligam um povo que corre
Neles rodam o teu cheiro em piso de sorte desdita
Mais a frente a tua sombra se cobre em escura brita
Levas na mão, cigarro sujo como esse alcatrão
Esse que pisas mas quem em ti vive no pulmão
Não te inquietas por na vida procurares a morte
Porque mesmo com este sinais não procuras a razão
Deixa-me ao menos a mim voar nas asas do infinito
Na passagem deste caminho onde em agonia soltas um grito
São assombrações que se esfumam nos teus dedos encardidos
As quais com o meu sopro afasto tirando-te de um mundo maldito
segunda-feira, janeiro 07, 2008
Vou ter com a minha gente
Povo meu, Gente minha que me acolhes
Adentro nas tuas casas me sento junto a lareira
Que saudades tenho de vocês meus queridos velhos
Do vosso silêncio ao encherem de carne a tripa do porco
Ouvir-te a ti minha tia de setenta anos que fala do ano passado
Esperamos juntos pela hora em que nos deitemos em colchões de lã
Sonho eu a manhã seguinte em que me deixes dar trigo as galinhas
Vejo-te nesta manhã com o teu olho no fogão onde assenta o almoço
O nosso dia vai crescendo nos cumprimentos aos compadres
Esses que a par de nós nos deixam a sua porta aberta
Onde entra o sol e a brisa que faz respirar as tuas paredes de cal
Por onde entro também para lanchar leite com café e pão com manteiga
Povo meu, Gente minha que me acolhes….
São estas as palavras que viveram a tua vida
Por lá passei eu de forma alegre e sentida
Tudo de mim em ti ficou e nada foi de partida
Adentro nas tuas casas me sento junto a lareira
Que saudades tenho de vocês meus queridos velhos
Do vosso silêncio ao encherem de carne a tripa do porco
Ouvir-te a ti minha tia de setenta anos que fala do ano passado
Esperamos juntos pela hora em que nos deitemos em colchões de lã
Sonho eu a manhã seguinte em que me deixes dar trigo as galinhas
Vejo-te nesta manhã com o teu olho no fogão onde assenta o almoço
O nosso dia vai crescendo nos cumprimentos aos compadres
Esses que a par de nós nos deixam a sua porta aberta
Onde entra o sol e a brisa que faz respirar as tuas paredes de cal
Por onde entro também para lanchar leite com café e pão com manteiga
Povo meu, Gente minha que me acolhes….
São estas as palavras que viveram a tua vida
Por lá passei eu de forma alegre e sentida
Tudo de mim em ti ficou e nada foi de partida
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